quarta-feira, 6 de julho de 2022

Kinachukuro

 Depois de muitos anos na capital do país, Maputo, na busca das melhores condições de vida, Momade Ali Faque voltou às raízes em Nampula, onde exerce a política ativa ao serviço do maior partido da oposição, a Renamo, e ocupa o cargo de Director de Cultura no Conselho Autárquico de Nampula e nas horas vagas se dedica à música. Foi como político, que NGANI teve um dedo de conversa com o artista na semana finda, para ouvir de si sobre as suas aspirações na arte de negociação e compatibilizar interesses (política), assim como a sua visão sobre o rumor em que Moçambique está a tomar. Para Ali Faque, “o encravado” e justificação de tudo por causa da tomada de espirito país que reina nos dirigentes atuais que são selecionados de várias sociedades na tomada de decisões, como modus operandi,sobretudo na aplicação de políticas públicas para o bem das comunidades. Resultado: o custo de vida tende a agravar-se cada vez mais, sufocando as classes mais baixas da sociedade. Ali Faque citou o escândalo das ocultas o mais visível do câncer da forma que moça corrói o aparelho do Estado. Para si, as autoridades governamentais pela inclusão da cultura, pautam semblante a política que é visível dos filhos. “O nosso governo é resolvido pelo cenário em que encontramos nos. Estamos a ser coroados pela desgraça porque somos excluídos na tomada de decisões para o desenvolvimento do país. O governo fala sempre de inclusão, mas na prática revela o contrário”, comentou. Como forma de inverter o estágio em que o país se encontra,Sugira ao governo a valorizar o poder de compra dos cidadãos da baixa renda. “Tem que se olhar e dar prioridade ao poder de compra da população. Conquistadores internos e externos para fornecedores em investidores em nosso país, assim como outros dependem dos únicos”, frisou.

Sobre a sua afiliação à Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o principal partido da oposição no país, Ali Faque disse que começou nas últimas iniquidades, cantando nos eventos marcados como formação política, mas pagou muito porque foi severamente crítico e excluído dos grandes da cultura no país pela Frelimo. “Desde que me filiei à Renamo, as críticas não param. Vou viver de ameaças, mas sempre firme nas decisões porque a lei está clara, todo cidadão tem direito de escolha”, sustentou. Atualmente a desempenhar o Diretor da Cultura no Autárquico de Carga, Ali Faque reafirmou o seu compromisso em continuar a exercer a política pelo partido que segue por Ossufo Momade. “Não vejo nenhum mal, Ali Faque está na Renamo. Aliás, os músicos são da Frelimo muitos muitos. Roberto Chitsondzo, Elvira Viegas, o nosso contemporâneo Víctor Salimo, entre outros, pertence a Frelimo. E todos nós somos filhos de Moçambique.Desejo a mudança do cenário atual. Vamos cimentar a cultura de convivência pacífica”, comentou.

Instado sobre o estágio atual  da música moçambicana, o autor do perpétuo Kinachukuro, uma composição que alavancou a sua carreira tendo granjeado a simpatia de milhares de fãs e admiradores, acusando os trovadores da nova geração de roubo à população. “Não temos músicos nos dias que correm, apenas temos cantantes ou amadores. Aquele que canta na base de teclados do computador é músico? Esse é ladrão. Ser músico é ter instrumentos e cantar ao vivo para as pessoas”, explicou.

Durante a conversa com NGANI, o conceituado músico crítico ou igualmente o silêncio das pessoas que velar pela cultura no país afirma, mas não o fazem e que é possível viver da música em Moçambique, acrescentando que depende exclusivamente da vontade de cada músico. “Eu tenho uma experiência invejável. Não espero que alguém venha me convidar.

Pego no meu instrumento musical e vou atrás de dinheiro. Canto nos restaurantes, bares e sempre saio com alguns valores para sustentar a minha família. Defini isso porque aqui em Moçambique dificilmente é reconhecido em vida”, rematou.

 Momade Ali Faque tem 52 anos de idade e é natural de Angoche. Teve uma infância conturbada devido à morte pais e na música uma forma precoce de sua dor. Em 1988 foi acolhido pela banda da Escola Militar de Nampula, actualmente Academia Samora Machel, onde era vocalista. Teve uma passagem bandas Amplitude e Relâmpago em 1989, mas as suas músicas ganharam mais peso quando se juntou à banda Safari, criada na década 90 pelo músico Beto Magonzana, na província de Maputo. Actualmente, vive na cidade de Nampula e conta com 3 filhos.

 

 

 

 

 

 

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