quinta-feira, 28 de novembro de 2013

"É à paz que dedico este prémio"

OS escritores moçambicanos Paulina Chiziane e Ungulani Ba Ka Khosa foram condecorados pelo Estado Português com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
A cerimónia de imposição das insígnias aos dois escritores agraciados realiza-se na próxima semana (4 de Dezembro) no salão nobre do Hotel Polana, em Maputo.
A atribuição destas condecorações é, para o governo português, sinal inequívoco do apreço e do reconhecimento, ao mais alto nível do Estado português, por estes dois escritores e intelectuais moçambicanos, que se destacam pelo grande contributo que têm dado para o enriquecimento das letras moçambicanas e para a divulgação de Moçambique e das suas culturas a nível internacional.
Como refere o Presidente português, Aníbal Cavaco Silva, na mensagem sobre as Ordens Honoríficas, “a distinção, sob a forma de condecorações, do serviço prestado no exercício de cargos públicos, do mérito artístico, científico ou empresarial, é uma tradição que devemos cultivar, pelo prestígio que as Ordens Honoríficas possuem para os agraciados e, acima de tudo, pela circunstância de permitirem destacar personalidades e instituições verdadeiramente notáveis, que devem servir de modelo à nossa sociedade”.
Paulina Chiziane e Ungulani Ba Ka Khosa, que ontem participaram numa conferência de imprensa em Maputo, mostraram-se "surpreendidos" com a atribuição do grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, homenagem aproveitaram para lançar um apelo à paz em Moçambique.
“Este reconhecimento é muito alto, então, quando o senhor embaixador (de Portugal em Moçambique, José Augusto Duarte) chamou-me para fazer a comunicação, fiquei meio-zonza: ainda não estou habituada a receber coisas boas. Foi uma grande e agradável surpresa", disse à Lusa Paulina Chiziane, autora de obras como "Niketche", "O Alegre Canto da Perdiz", "Na mão de Deus" e o há poucas semanas lançado “Por Quem Vibram os Tambores do Além?”
Na conferência de imprensa, os dois escritores aproveitaram o momento para "apelar para o diálogo" entre o Governo moçambicano e a Renamo de modo a evitar a violência que já vitimou várias pessoas.
"Recebo de braços abertos esta homenagem de Portugal, que ontem foi inimigo, mas hoje caminha junto com Moçambique. Com muita emoção, dedico esta homenagem à paz (em Moçambique)", disse Paulina Chiziane.
Também Ungulani Ba Ka Khosa, que garantiu ter ficado "meio atordoado" com a distinção, que "estende a todos os outros escritores", dedicou à paz a homenagem que lhe foi atribuída.
"Nunca pensei que deste canto de Moçambique, não sendo um escritor dos grandes meios comerciais, pudesse receber esta distinção", enfatizou Khosa.
"É à paz que dedico este prémio", acrescentou o autor, que escreveu, entre outros obras, "Ualalapi", "Orgia dos Loucos", "Histórias de Amor e Espanto" e "Choriro", para além do seu mais recente, “Entre as memórias Silenciadas”. Esta foi a primeira distinção com a ordem honorífica do Infante D. Henrique recebida por escritores moçambicanos, menção apenas atribuída aos antigos presidentes moçambicanos Samora Moisés Machel e Joaquim Chissano, no grau de Grande Colar, respetivamente, em 1982 e 1993.


quinta-feira, 14 de março de 2013

Teatro oprimido


CELEBRA-SE este sábado, 16 de Março, o Dia Internacional de Teatro do Oprimido, data que marca ainda o aniversário natalício de Augusto Boal, criador do método. Boal, dramaturgo, director e pesquisador de teatro, nasceu no Rio de Janeiro em 1931, tendo falecido a 2 de Maio de 2009.O método por ele criado procura lutar contra todas as formas de opressão, desenvolvendo a favor dos explorados e oprimidos, um teatro de cunho político, libertário e transformador.O Teatro do Oprimido, tem como pretensão primordial, transformar o espectador, que assume uma forma passiva diante do teatro aristotélico ou convencional, em sujeito activo, criador e transformador da acção dramática que lhe é apresentada, de forma que ele mesmo, passe de espectador a protagonista e transformador da situação dramática.A ideia central é que o espectador ensaie em cena a sua própria revolução sem ter que delegar a sua situação de oprimido aos personagens. Desta forma consciencializa-se da sua autonomia diante dos factos quotidianos, refina e define suas estratégias de intervenção na vida real e caminha firme em direcção a sua real liberdade.  Em Moçambique o Teatro do Oprimido existe há 13 anos, movimentando centenas de praticantes, envolvidos em muitas frentes de desenvolvimento do país, desde a educação, saúde, cidadania e governação, criança, mulher, meio ambiente e gestão do risco de calamidades de entre outras frentes de acção, criando oportunidades de interactividade comunitária na abordagem dos diferentes temas. Entretanto, para celebrar a data, estão previsto para próximo sábado, 16 de Março, diversas actividades nas principais cidades capitais e vilas sede distritais do país, sendo que a principal cerimónia está marcada para a vila-sede do distrito de Marracuene, onde está programado um “Road Show”, que contará com participação de diversos grupos de teatro oriundos dos distritos de Chibuto, Bilene, Namaacha, Inharrime e Jangamo, bem como actuação de artistas de outras modalidades culturais, como poesia, dança, música, humor, entre outras.
Destaque vai para a exposição “Ser Humano no Lixo” resultado das oficinas de estética do oprimido realizadas o ano passado, eventos durante os quais inúmeras obras de arte, cenografia, adereços e utensílios vários foram produzidos pelos participantes com recurso a material reciclado e ou reaproveitado. De referir que a celebração marcará a abertura oficial das actividades 2013 do GTO-Maputo e de todos grupos teatrais associados a RETEC - Rede Moçambicana de Teatro Comunitário. Os festejos do dia do Teatro do Oprimido acontecem numa altura em que o Grupo de Teatro de Oprimido de Maputo (GTO-Maputo) busca meios para superar o drama provocado pelas inundações de Janeiro passado. A sede da agremiação foi grandemente assolada pelas chuvas torrenciais caídas em Janeiro último, na cidade de Maputo, destruindo todo o património, documentos e arquivos, afectando sobremaneira a capacidade de seguir em frente. Com efeito, segundo Alvim Cossa, coordenador do GTO-Maputo, a celebração da data natalícia de Augusto Boal e do Dia do Teatro do Oprimido, marcará para todos os fazedores desta modalidade um momento de ressurgimento. “Queremos neste momento de festa, manifestar nossa gratidão a todas pessoas de boa fé, que se solidarizaram com nossa organização, enviando sua palavra de fortalecimento e conforto bem como diversos materiais e equipamentos que hoje nos permitem de viva voz, dizer mais uma vez. Estamos aqui prontos para a marcha”. O GTO-Maputo comemora a 16 de Julho próximo, 13 anos de sua existência, feito que também assinala 13 anos de introdução da metodologia no nosso país.
O Teatro do Oprimido é praticado em Moçambique de forma sistematizada e organizada desde 2001 quando regressa da formação no Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro o Curinga moçambicano Alvim Cossa, beneficiário do programa de bolsas ASHBERG da UNESCO destinado a intercâmbio e formação de artistas dos países do terceiro Mundo. Referir que o GTO-Maputo, está em actividade um pouco por todo território nacional, congregando pouco mais de 120 grupos de teatro em 93 distritos, actuando na Mobilização Social em diferentes frentes como a Saúde, Educação, Ambiente, Governação e Cidadania, Acesso a Informação e Prestação de contas, Direitos da Criança, Mulher de entre outras áreas de interesse comunitário. O GTO-Maputo é referência nacional e internacional em Teatro do Oprimido, estando a desenvolver parcerias e pesquisas conjuntas com instituições de renome internacional como a USC University of Southern California, FORMAAT da Holanda, Projecto Kuringa de Berlim e P´thotom da Espanha.





Dudlu jazz


O Moçambicano Jimmy Dludlu, os norte-americanos Kirk Whalum, Norman Brown, Jill Scott, a brasileira Céu e a orquestra cubana Buena Vista Social Club são algumas das atracções da edição deste ano do Festival Internacional de Jazz da Cidade do Cabo, que terá lugar a 5 e 6 de Abril naquela cidade sul-africana. Jimmy Dludlu quer fazer desta (mais uma) aparição numa produção que ele bem conhece um dos pontos altos da sua carreira, ao gravar aquele que será o seu primeiro DVD ao vivo que irá editar. O guitarrista nascido no Chamanculo mas que se consagrou na África do Sul e principalmente depois de ser formar na Universidade da Cidade do Cabo irá percorrer toda a sua carreira no espectáculo que ali irá gravar. O Festival Internacional de Jazz da Cidade do Cabo irá rodar a sua 14ª edição. Esta realização foi crescendo em qualidade e reputação e atingiu o estatuto de quarto maior festival de jazz no mundo, deixando para trás outros de projecção internacional como o de Montreaux, na Suíça. A atracção de artistas de renome no panorama mundial do jazz, para além das excelentes condições de produção, faz do festival do Cabo um verdadeiro atractivo para fãs deste estilo de música na região e não só. Do nosso país, muitos são os que vão dar à Cidade do Cabo todos os anos para o festival de jazz. Por estratégia, o festival do Cabo escolheu levar a actuar em cada edição 40 artistas sul-africanos, de África e de outras partes do mundo. Este ano, podcem ser considerados “hilights” nomes como os norte-americanos Kirk Whalum, Noman Brown e Ricky Brown (que actuarão juntos, sendo que Kirk também apresentará o seu projecto num outro espectáculo durante o festival), Jack Dejohnette, Ravi Coltraine e Matt Garrison (também actuando como trio), Jill Scott, os cubanos Buena Vista Social Club, o espanhol Chano Domingos, o senegalês Cheikh Lô, entre outros, juntam-se a uma gama de artistas locais que irão fazer deste festival um dos mais marcantes.
Da prata da casa pode-se mencionar artistas como Thandizwa Mazwai, os reunificados Mafikizolo, Errol Dyers, MiCasa ou Zonke Dikana.  

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Carta que vai aberta a um amigo


Que é Ministro da Cultura
E aos outros que se seguirão.

Meu caro Armando Artur, poeta sophiano com espelhos nos dias e também electricista nas horas vagas, quando tinhas por cargo os sonhos, os livros e um amor que valesse tudo isso. Deste lado que te escrevo, com a frontalidade com que me conheces, deste lado em que ainda percorremos todas as viagens que fizemos por dentro e pela poesia, pela arte e com a arte, pela procura e pelos desencontros, saúdo-te a alegria da amizade, a ternura sólida da cumplicidade e as muitas horas que juntos, todos nós, operariamos na dor.
Desses momentos em que nos abrigamos no calor de cada um, eu, tu, xico, o Savedra, o Chissano, o Panguas, o Muteia, mesmo quando a lenha nos cozinhava em casa a fome, a incerteza, o amor frágil mas verdadeiro, as parcas moedas filhas inominadas do nosso trabalho, mesmo quando a todos faltava certezas e nos incansávamos de arquitectar objectivos, eu abraço-te com a amizade, a honestidade, a sinceridade e, sobre tudo isso, com a nossa incurável simplicidade.
Sei que da excelência da poesia passaste à excelência da responsabilidade ministeriável, da austeridade governativa, da rigorosidade de homem de Estado e que a teu lado, acoitados e quase envergonhados, ainda teimam visíveis o irremendável poeta que te canta e que julgo que ainda acreditas, o pescador dos barcos das tuas derivas, o amigo incendiário do silêncio e da sussurada opinião e, também, o homem que aprendeste a ser cedo, o filho do longe que és e o pai responsabilizado que assumiste. Porém, ao lado deles todos, sei que se insiste aquele Armando lírico, aquele vira-lata boémio, aquele estudante industrial, chegado de Lichinga, gordo só na barba, e beje e castanho na sua escolar farda.
Nunca te saudei um cargo que não fosse o que a utopia te deu, o que o patriotismo te pediu como intelectual e lavrador de presentes, como pensador e estivador de futuros. A estes, em todos os momentos, te felicitei porque não os mereceste por confiança e competência, mas por vocação, talento e feliz fatalidade. A estes não os aceitaste nem por consulta, nem por conselhos, mas, creio eu, por herança, por lealdade e, acima do de mais, por destino. Fico feliz se tiveres disso consciência e irremediávelmente triste, desarrumado e consternado se fôr o contrário o que confirmares admitir.
Em todos estes anos de amizade, com as grandes e necessárias perturbações e desastres que devem ter a camaradagem e a irmandade, é bom saber, agora, que o destino permitiu-te teres nas mãos as ferramentas para o trabalho que julgas necessário se deva fazer em prol da cultura e que em nome dela tantas e inúmeras vezes te testemunhei insurgido contra os que tinham e não o faziam e contra os que não fazendo se conformavam.
Vens das dificuldades, caro amigo, das dificuldades que são inerentes a quem tem a arte como pão e, simultaneamente, é o pão que a arte tem como alimento. Vens do átrio dos fazedores, dos construtores e desconstruidos, vens da súmula dos sacrifícios em seu nome, dos que sabem que a cultura não foi, não é e nem nunca será uma patente que premeie a tranquilidade, o equilíbrio ou a estabilidade para fortuna de quem na vida é seu sujeito. Por essa razão, cabe-te o discernimento de perceberes que o cargo que aceitaste para exercício é-te importante a incontornável consciência de o exerceres com desígnio, honra, robustez e uma permanente atenção de que nele não vais dirigir, mas dirigires-te, não vais orientar, mas procurares orientar-te, não vais fazer, mas procurar quem te ajude a fazer, não vais descobrir, mas inovar o que está descoberto e da melhor e da mais dignificante maneira procurares preservar.
Um dos primeiros objectivos, a meu ver, de um ministro da cultura, um dos seus mais importantes deveres, é lutar para que ela não falte ao governo que ele integra. Velar para que cada acto de Estado seja sempre um acto de cultura à luz da soberania de um país e dos seus cidadãos, para que cada acção governativa seja ou procure ser uma acção de cultura em prol do respeito, da verdade às causas do futuro e da prosperidade de uma Nação. Afinal, o direito à Cultura, é um dos mais importantes direitos consagrados na nossa constituição. E aos poderes cujos constitucionais deveres primeiros são o de protegê-la e fazerem-na respeitar é-lhes inerente a superior responsabilidade de a terem
Tudo isto, meu caro poeta, para te dizer que há muito trabalho para se fazer pela Cultura no nosso País. Muito trabalho que não foi feito, muito trabalho que não tem sido feito e, pelos vistos, muito trabalho que se não fará, por este andar.(EDUARDO WHITE)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Telenovelando

“EL Caminhante” é o nome da telenovela mexicana que marca a estreia do actor moçambicano Dias Santana em seriados de televisão, lado a lado com actores do México, Brasil e Cuba. Santana esteve aproximadamente dois meses no estado brasileiro de São Paulo, no Brasil, nas gravações da novela. De regresso ao país, Dias Santana conversou com o “Notícias” e contou a sua experiência adquirida naquele país tropical das Novelas, do Samba e do Futebol. A telenovela “El Caminhante” aborda a questão da imigração ilegal na América Latina. Nela, o actor moçambicano interpreta o papel de um emigrante ilegal cubano que trabalha numa casa nocturna em São Paulo que alberga e ajuda imigrantes ilegais. Como resultado da sua actividade, o actor é preso e, por consequência, acaba se submetendo a uma vida miserável.O actor moçambicano participa nesta novela depois de ter sido seleccionado num teste aquando da participação do seu grupo, pela segunda vez consecutiva, no Festival Internacional de Teatro denominado “Circuito de Teatro em Português”, que decorreu de 7 a 22 de Setembro nos estados brasileiros de São Paulo e Bahia.Dias Santana disse que uma simples participação no casting já significava uma grande oportunidade para ele, porém, foi o teste mais complexo que teve que fazer na sua carreira como actor.“Tive que representar, dançar, cantar e desfilar para provar o meu talento ao júri. Mas o que mais me interessava era sair de cabeça erguida e representar condignamente o meu país”, conta o actor.Dias Santana, disse não fazer ideia de quantos actores participaram na selecção, recordando-se apenas que envergava a faixa com o número três mil e catorze e que foi o único africano a ser escolhido.O actor afirma que a sua participação constituiu um momento para aquisição de experiência, uma vez que trabalhou com actores mexicanos e brasileiros de renome, com os quais aprendeu muito e teve a oportunidade de divulgar o talento e o nome de Moçambique para lá das nossas fronteiras. Concluídas as gravações de “El Caminhante”, a telenovela será exibida no Brasil e no México, o que para Santana, constitui motivo de orgulho e tristeza. Orgulho porque o seu trabalho poderá ser visto, discutido e apreciado no estrangeiro. E tristeza, pois nem todos os moçambicanos poderão ter o privilégio de ver a sua actuação.Antes de participar neste seriado mexicano, o actor moçambicano esteve durante o mês de Novembro no Estado brasileiro de Salvador, na Bahia, no festival “A Cena Tá Preta”, cujo objectivo é incentivar e divulgar a arte feita por negros e/ou com temática negra.Dias Santana foi convidado a discursar neste evento e também no dia 20 de Novembro, “Dia da Consciência Negra”, tendo falado do impacto e feitos dos artistas nacionais e africanos no geral para a mudança da mentalidade.Igualmente aproveitou o momento para falar do seu grupo teatral Lareira, que, repetidas vezes, esteve no Brasil a participar em festivais internacionais de teatro.O grupo Lareira é composto por dois elementos, nomeadamente Dias Santana e Sérgio Mabombo, e notabilizou-se no mundo das artes cénicas com a peça “A Cavaqueira do Poste”, que retrata a crise financeira mundial sob o ponto de vista de dois mendigos portadores de deficiência física e mais recentemente por “Cinzas Sobre as Mãos”, que aborda a tragédia contemporânea das guerras que abalam o mundo.O actor de “El Caminhante” disse  que, apesar de todas as contrariedades, que passam pela falta de apoio às artes cénicas por parte das instituições de direito, entre outras, o ano 2012 foi positivo. Como exemplo, cita o facto de ao fim de dois anos de sua criação, o grupo “Lareira Artes” ter conseguido estar presente, em nome de Moçambique, em três continentes (África, Europa e América) a participar em festivais internacionais de teatro. Curiosamente, nesses três continentes, o seu grupo cruzou países de expressão portuguesa: Angola, Portugal e Brasil.Santana destaca, por outro lado, quatro ganhos principais, designadamente a distinção de “grupo de maior impacto” no festival “Periferias”, em Sintra, Portugal”. Segundo, a participação na Telenovela “El Caminhante”. Terceiro, o facto de ele a título individual ter levado dois grupos de dança contemporânea moçambicanos, nomeadamente, “CIA Independente” e “ “Grupo Horácio Macuacua” ao festival “A Cena Tá Preta”.Por último, a oportunidade de ter tipo mais participações no estrangeiro do que em Moçambique, o que permitiu fazer maior divulgação da cultura do seu país no estrangeiro.  Para o presente ano, o “Lareira Artes” tem em manga uma nova peça ainda em fase de ensaios e acabamentos. O grupo pretende ainda alargar ainda mais o intercâmbio com actores da diáspora, e não descarta a possibilidade de convidar grupos estrangeiros para conhecerem Moçambique.Dia Santana serviu-se para lamentar o facto de não terem feito um único espectáculo no seu próprio país por falta financiamento aos grupos para terem acesso as casas de teatro e a escassez de festivais de teatro a nível a nível nacional.(V.SAQUENE)