sexta-feira, 29 de maio de 2020

Visite museus sem saír de casa


Quando se celebra o Dia Internacional dos Museus,  recomenda-se uma visita a exposição virtual “Até Couve de 19 Subiu”. Está exposta no Museu Mafalala, que encontrou, pelas redes sociais - facebook e instagram - uma saída para o confinamento. As pessoas podem visitar os museus – os que optaram por esta via - sem sair de casa. Basta aceder à internet.
Museu Ilha Moçambique - Home | FacebookComo em todos os anos, a 18 de Maio, comemorou-se, em todo o mundo, o Dia Internacional dos Museus. É assim desde 1977, depois que a data foi instituída pelo Comité internacional dos Museus.
Este ano, a data celebra-se sob o lema “Museus para a Igualdade: Diversidade e Inclusão”. Isto, num ano atípico, por causa da pandemia da Covid-19, que colocou a humanidade de joelhos. Numa crise sem precedentes, o novo Coronavírus desnuda as desigualdades sociais.

A pandemia da Covid-19, em abono da verdade, veio atrapalhar a festa que quase se estragava por completo. Assim estava escrita a tragédia, com os museus fechados e apreciadores em cumprimento da quarentena. Mas, alguma coisa havia de mudar, diante da decisão de fechar os centros culturais da cidade de Maputo, quase todos, na mesma semana, nos primórdios de Março.
Mas, ainda assim, nem todas as casas da cultura aguentaram. Abriram as portas discretamente. À vontade de se expor às pessoas, juntou-se o cívico dever de continuar com a sua missão, sem desobedecer o Decreto Presidencial, que a comunicação social já se cansara de espalhar.
Proibições de reunião, por exemplo, de mais de 20 pessoas, tornam a vida dos museus mais difíceis. Mas, foi diante da vontade de abrir-se ao mundo, que apareceu a inovação. Nunca o mundo apostou tanto na tecnologia como fá-lo agora.
museumafalala Instagram posts (photos and videos) - Picuki.com
O Museu Mafalala, presidido pelo activista Ivan Laranjeira, não ficou atrás. Abriu-se para o mundo. Meteu as chaves na fechadura e destrancou as portas do espaço. Abraçou a novidade trazida pelas novas tecnologias. Hoje mesmo, aquando do Dia Mundial dos Museus, esta instituição deixou-se faz a sua festa, já antecipada. Na sua galeria, está patente, desde a última sexta-feira (15), a exposição “Até Couve de 19 Subiu.

“Até Couve de 19 Subiu” estará patente durante 30 dias. Está exposta no Museu Mafalala, instituição que há dois anos foi inaugurado e, deste modo, entrou na contabilidade do espólio museológico nacional. A exposição tem por seu curador, o artista plástico moçambicano, Nilziu Mota, que no mundo artístico responde por Chicken. É desenvolvido pelo movimento “Nós Arte”. É virtual, podendo ser acompanhada através das redes sociais, facebook e instagram. Junta 19 artistas. Não ignora a pandemia. Tem na mesma o seu ponto de partida. O seu nome deriva de Covid-19.
Baía da Lusofonia: Moçambique – Museu da História Natural de ...
É um nome oportuno.
Varia também de duas coisas.
A pronúncia (má ou boa) da nova doença. Também, das consequências da crise causada pelo novo Coronavírus, em todo o mundo. Ou, por outro lado, das medidas tomadas pelos países afectados pela nova pandemia, em resposta ao Estado de Emergência, praticamente global.
E é fácil de perceber. Os tempos de Covid-19 são sombrios. Tristes. Confinados. O mundo atravessa um dos períodos mais difíceis da sua história. O medo está a reinar e o futuro é incerto. Neste intuito, a arte é chamada a cumprir com um dos seus papéis.

Chicken, o curador, e equipa estão cientes que a doença mata. Em todo o mundo foi responsável, até agora, por milhares de mortes. Mas, no lugar de luto, há uma luz no fundo do túnel. É esta esperança que a mesma exposição traz aos olhos do seu apreciador. “É uma chamada de atenção para alguma coisa, que não seja (exactamente) reflectir a situação actual da doença”, considera Chicken.
Caminhos de Ferro de Moçambique | Museus & Monumentos | Boa Vida ... 
Também há que recordar que a couve é um alimento. Como muito bem o dirá um bom moçambicano. Daí que, a exposição pode estar a reflectir o fim da fartura ou o seu interregno. Mas também, poderá estar a alertar para o facto de o novo coronavírus aparecer depois de muitos males, como a guerra e, para este caso particular, a fome. Já há muito tempo que o mundo anda rastejando. A exposição também pode estar no facto de se encarar de uma forma errada a nova doença, que Chicken alerta não ser “um negócio”, dai, haver necessidade de “nos precavermos”, diante da mesma situação. É neste sentido que nasce “Até Couve de 19 Subiu”. “As obras têm a ver com a actual situação da doença e de especulação de preços”, acrescenta o curador.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

É evidente que para viver é preciso sobreviver


Mas se...

Se soubermos dar os passos certos, como povo, sem emblemas de partido, se conseguirmos aproveitar a nossa posição geográfica e a nossa antiguidade sábia, se fortalecermos todos os novos talentos, se investirmos numa sociedade mais justa e equilibrada, se insistirmos na igualdade de tratamento perante a lei, se nos unirmos com lucidez (isto é, sem espírito servil de carneirada) e espírito crítico, se usarmos as nossas armas tradicionais, incluindo um bom improviso mas também o sistema certo, se não nos pusermos em bicos dos pés nem nos humilharmos, se conseguirmos criar empregos em áreas novas, se voltarmos ao trabalho com mais vontade ainda, se premiarmos mérito, se combatermos o compadrio, a corrupção e o enriquecimento ilícito, se o «interesse nacional» não for só um estribilho, podemos sair «disto» fortalecidos.

Se.