Apesar do contexto de tamanha insegurança e instabilidade, a arte segue demonstrando sua capacidade de trazer renovação para aquele que a ela recorrem.A arte é singular, assim como seus processos. Durante a pandemia, portanto, é de se esperar que o fazer artístico apresente as diferentes subjectividades daqueles que os produzem apresentando maiores ou menores mudanças, facilidades e dificuldades. O fechamento de teatros e espaços culturais afectou o ritmo das produções e suspendeu o andamento de projectos culturais na nossa sociedade, como explica o escritor e poeta Santos.
“Ora viva, antes de tudo permita-me saudar a todos leitores e
dizer que no princípio não foi fácil pois pouco sabíamos em torno desta
doença”. Para o escritor e poeta Santos, neste tempo tão de difícil os artistas
têm muitas privações e inseguranças de tal forma que em algum estágio tiveram
que se readaptar de modo a continuar.
“Por exemplo no meu ramo (literatura) fomos desafiados a inovar
pois as feiras e saraus deixaram de ter lugar e isso foi crucial para a
expansão do pensamento. A arte em tempos de Covid sofreu inovações”
Com as novas medidas com vista combater a pandemia do novo
vírus, viram-se obrigados a ficar em casa e isso numa primeira fase abriu uma
perigosa janela de depressão e vários outros sentimentos, a arte resurge mais
uma vez como um balão de oxigénio para informar, entreter e confortar a
sociedade.
“Todas formas de arte tiveram e ainda tem um alto contributo
para o bem-estar e o combate à pandemia”.
A temática e a abordagem actual têm um importante papel para o
combate à pandemia do Covid-19, a arte sendo ela a forma mais prática e
abrangente, tem-se mostrado mais eficaz para tal papel.
“Eu, assim como vários outros colegas da arte temos criados programas de sensibilização usando a poesia e vários outros diferentes géneros. Através das redes sociais e várias outras ferramentas electrónicas foi e está sendo possível obter bons resultados”.
Bem, não se pode negar que fora as inovações a pandemia veio
atrasar e prejudicar a classe artística, por exemplo com o cancelamento
indeterminado das celebrações colectivas, feiras, escolas, empresas,
espectáculos, aeroportos e assim como interdições e mais.A arte na sua totalidade
tinha entrado numa fase delicada e alguns fazedores tiveram enormes prejuízos. O
consumo virtual do produto artístico cresceu posteriormente mas para aqueles
que não souberam se readaptar nesta nova realidade não tiveram a mesma sorte,
sublinha o artista. Actualmente é mais fácil estar presente, temos notado um crescente
movimento artístico e muitos canais de divulgação.
“Com a literatura não é diferente, cresceram os canais e as
plataformas de leitura. Os saraus embora virtuais, tem actualmente um alcance
indefinido pois tem maior abertura a aceitação”.
“Não se pode negar que estamos numa bela fase de aprendizagem e
emancipação. Estamos reaprendendo a sobrevive com esta nova realidade”.