quarta-feira, 19 de julho de 2017

Casa do Império ditou as independências

A Texto Editores e a Associação dos Médicos Escritores e Artistas de Moçambique (AMEAM) publicaram recentemente o livro do Prof. Hélder Martins intitulado Casa dos Estudantes do Império, Subsídios para a História do seu período mais decisivo (1953 a 19619).
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Hélder Martins concentra a sua análise no período 1953-1961, que ele considera o período mais decisivo da vida da CEI e que ele viveu intensamente e onde teve uma participação activa. Porém, também se refere a alguns antecedentes deste período. A sua análise limita-se à Sede, pois foi aí a sua vivência. Este livro é um testemunho das suas memórias daquilo em que participou, mas também confrontou as suas memórias com as de outros, quetambém participaram na vida da CEI. Também fez uma intensa pesquisa bibliográfica. Este livro é o resultado de tudo isso. Sempre apoiado no rigor dos factos históricos, o autor desmistifica alguns mitos que se criaram à volta da CEI. “Aspecto inovador nessas análises feitas foi confrontar alguns mitos que davam uma ideia de geração fantástica, que se entregou à luta e são quase heróis. E que saíram como dirigentes da luta de libertação dos seus países. Isso foi resultado do saudosismo e emoção do momento. Mito é perigoso porque a juventude tem outros desafios. Em Moçambique temos os desafios da corrupção, nepotismo. Não vou falar das dívidas ocultas. Estamos num sistema que beneficia alguns. A exclusão social é vista na maioria dos moçambicanos. O mito perigoso deve ser desencorajado e combatido. A juventude tem de fazer algo para combater os problemas actuais. É preciso desfazer este mito. O autor analisa também a influência da CEI na luta de libertação de cada uma das ex-colónias portuguesas e conclui que foi em Moçambique que a influência da CEI, como escola de nacionalismo africano e de consolidação da consciência anticolonial, foi “Mito é perigoso porque a juventude tem outros desafios” menos intensa. “Havia pessoas na Casa que não queriam saber de política. Tínhamos carácter humano. Não éramos heróis. Essa ideia alfobre do colonialismo africano aparece em muitos documentos de que na Casa nasceram os dirigentes africanos. E que se não houvesse a casa do Império não haveria luta pela independência.
Imagem relacionadaMoçambique é o país com menos influência na Casa do Império. Houve em Angola. Faço análise de cada país como ninguém fez. O livro tem 260 páginas. E ninguém escreveu sobre a Casa dos Estudantes do Império com essas páginas em termos de quantidade. Mesmo as teses. Sobre a qualidade as pessoas dirão”, encaracola Hélder Martins. Neste livro, o autor utilizou as suas memórias de activista da CEI (Casa do Estudante do Império), mas sobretudo fez um importante trabalho de pesquisa histórica, o que lhe permitiu documentar o seu texto com muitas fotos e digitações de documentos, nomeadamente, com as digitalizações do Diário do Governo com as decisões administrativas sobre a CEI. “A história constrói-se com factos e depois a sua interpretação não pode fugir a esses factos.
Quando a PIDE fechou a Casa levou todos os documentos e não aparecem. Devem estar na
Torre do Tombo. Houve duas teses de doutoramento sobre a Casa na Itália e Portugal e trabalhos de jornalismo investigativo. O erro é que todos eles não foram consultar o Diários do Governo”, aponta Hélder Martins. O Prof. Hélder Martins revela neste livro a verdadeira data e circunstâncias da criação da CEI, bem como descreve a complicada luta para pôr fim à Primeira  Comissão Administrativa. O autor também põe em evidencia, com grande detalhe, o trabalho realizado pelas cinco direcções democraticamente eleitas pelos estudantes, entre Fevereiro de1957 e Dezembro de 1960. A sua aturada pesquisa histórica permitiu-lhe afirmar que nunca houve nenhuma decisão administrativa a legalizar o encerramento da CEI. 
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“Salazar deu ordem à PIDE para ir lá e que os ministros legalizariam as decisões. Não há uma decisão administrativa nem antes e depois sobre o encerramento. O estado fascista era bastante burocrata para dar legalidade. Nunca foi legalizado o encerramento da Casa dos Estudantes do Império. O Prof. Dr. Fernando Vaz é o único Presidente da comissão administrativa ainda vivo”, acrescenta. No prefácio do livro, o Prof. Dr. Fernando Vaz escreve: “este livro de memórias é o testemunho duma etapa histórica da vida de muitos estudantes, que das Colónias vinham para Portugal fazer  os estudos superiores”. “O Dr. Hélder Martins foi um aluno distinto e desenvolveu grande actividade política e associativa. Nesta obra não deixou ficar os seus créditos em mãos alheias!”. “Para a elaboração deste livro, o Dr. Hélder Martins recolheu contribuições de muitos colegas nossos, contemporâneos, pesquizou exaustivamente tudo o que se escreveu sobre a CEI, o que permitiu grande rigor histórico em todas as descrições que faz e, sobretudo, nas datas dos principais acontecimentos”, Grafa Fernando Vaz.

A.S

quinta-feira, 13 de julho de 2017

“Kabuebue”

Foto de Abix Candrinho.
O actor de teatro do Grupo de Teatro Retratista(GTR) de Quelimane está a fazer “furor” nas redes sociais, sobretudo facebook e youtube por causa das suas aparições em vídeos que tem vindo a produzir nos últimos tempos.

Trata-se de Abix Candrinho, jovem actor que tem brindado os seus fãs com trechos de vídeos de vários episódios da sua autoria.Abix, residente em Quelimane já tem mais de 400 seguidores e cada publicação que faz, os seus seguidores ficam atentos e procuram sempre interagir.

Foto de Abix Candrinho.Depois do recente vídeo sobre igreja, denominado “O impio” https://youtu.be/xNzA5Kv7QdM, que foi partilhado por milhares de pessoas, Abix Candrinho foi mais além e brindou os seus seguidores com mais uma sobre o valor de estudar onde ele(Abix) aparece na peça como o menino “Kabuebue”, um menino que tanto queria estudar mas que o avó nunca permitiu. Uma história emocionante que só vale pena seguir nas plataformas atrás mencionadas.Aliás, não é único sucesso deste jovem que faz parte dos Retratistas e cada dia que passa, o actor tem brindado os seus seguidores com inúmeras gargalhadas, mas todas mostrando a nossa realidade.