Chama-se
Ebenezer Sengo. Seu sonho de infância era estudar biologia aplicada. No
secundário chegou até a estudar ciências com biologia. Mas durante esse
percurso o gosto pela música intensificou-se com o gospel na igreja. Começara
com a música em tenra idade com o pai que toca guitarra como hobby. Na
hora de fazer universidade ficou confuso entre fazer biologia aplicada ou
música.
Escolheu
música.
E
estudou engenharia de som na terra de Nelson Mandela e Frederic Declerc.
Regressado à pátria amada trabalha como produtor desde 2019 com artistas como
Lizha James, Ubaka entre outros, e é instrumentista de bandas de diversos
estilos musicais.
Como
produtor tenho sofrido com alguns músicos moçambicanos que têm uma noção
deturpada sobre o que é qualidade.
Pedimos que nos esclarecesse a sua observação e então explicou, “Repare, a música estrangeira consegue penetrar no nosso mercado e causar um grande impacto. O mesmo não acontece com a nossa música no estrangeiro. Isso deve-se essencialmente à qualidade. A estrangeira tem, e a nossa não tem.
Qualidade
significa em primeiro lugar garantir coerência musical numa criação desde a
concepção até à sua colocação no mercado, estou a falar de letra, composição,
interpretação, masterização e marketing. Não são poucas as vezes que sou
contactado por músicos que já têm a música concebida na base de uma noção
deturpada do que é qualidade. Por exemplo, numa música que não requer bases
eles querem base ou volume alto! Quando lhes confronto com as regras
estabelecidas pelo conhecimento científico para garantir coerência musical não
são raras as vezes que dizem, Este produtor não é criativo!”.
O
entrevistado garantiu que a qualidade tem muito mais a ver com conhecimento do
que com estúdios. “Em todo mundo, de uma forma geral trabalha-se em estúdios
pequenos. E em Moçambique temos estúdios suficientes para garantir qualidade
com padrões internacionais, desde que apliquemos conhecimento científico para
maximizar a nossa criatividade”.
Para
terminar disse estar esperançado que num futuro próximo os músicos e técnicos
conseguirão ultrapassar os limites de conhecimento que afecta a qualidade dos
seus trabalhos. A existência de escolas de formação musical até de nível
superior é um indicativo certo disso.
–
Quero acreditar que os músicos e técnicos deixarão de trabalhar num futuro
breve na base de pré-sets. As músicas são criadas e ajustadas a um pré-set já
estabelecido, o que limita a criatividade e confronta negativamente regras
estabelecidas pelo conhecimento científico.
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