Moçambique, juntamente com a Tanzânia, deverá
em breve submeter a candidatura do mapiko à Património Cultural Imaterial da
Humanidade como forma de salvaguardar esta dança e música dos povos Makondes
que é cada vez menos praticada pelos jovens na Província de Cabo Delgado.
O desejo não é novo contudo um dos
passos iniciais só agora foi dado com a sistematização em livro e CD das
origens, história, evolução desta manifestação cultural que incontornável no
ciclo vital do povo Makonde e que foram lançados em Maputo pela Ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula.
Embora seja um trabalho que herda
do seu antecessor a nova titular da Cultura e Turismo destacou a importância do
trabalho que além de poder salvaguardar a dança mapiko visa, “a curto e médio
prazos, assegurar que cada cidadão do Mundo, em qualquer lugar em que se
encontre, possa também desfrutar e se deleitar desta preciosidade cultural”.
“Por isso estamos empenhados em que
possamos, conjuntamente com os nossos irmãos da Tanzânia, inscrever esta
manifestação cultural na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial
da Humanidade, como recomenda a Convenção da UNESCO, de 2003, sobre a
Salvaguarda do Património Cultural Imaterial. Entendemos que desta forma,
estará assegurada a perenidade e sustentabilidade desta dança, para o usufruto
das actuais e futuras gerações”, disse Eldevina Materula.

A obra revela que inicialmente “a
dança mapiko era praticada nos ritos de iniciação, likumbi, aspecto que
corporiza a sua génese sócio-cultural.
O surgimento da expressão mapiko
para designar esta dança, parece estar também associada a outro acontecimento,
xinantuala, que significa roubo de mulheres”. Com o tempo esta expressão
cultural, cuja a denominação identifica a máscara, o dançarino mascarado e a
música, passou a ser exibida aquando a celebração do primeiro ano após o
desaparecimento físico de uma figura emblemática na comunidade.
O estudo refere que devido ao
“processo sócio-histórico caracterizado pela conjugação de influencias exógenas
e endógenas contribuiu para a emergência de mudanças e rupturas na comunidade
Makonde do Planalto de Mueda. Estas dinâmicas também fizeram-se sentir na
prática da dança mapiko”.

A dança é a principal expressão cultural em Moçambique onde
existem mais de 6 mil grupos a maioria nas províncias de Niassa e de Cabo
Delgado.
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