quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Telenovelando

“EL Caminhante” é o nome da telenovela mexicana que marca a estreia do actor moçambicano Dias Santana em seriados de televisão, lado a lado com actores do México, Brasil e Cuba. Santana esteve aproximadamente dois meses no estado brasileiro de São Paulo, no Brasil, nas gravações da novela. De regresso ao país, Dias Santana conversou com o “Notícias” e contou a sua experiência adquirida naquele país tropical das Novelas, do Samba e do Futebol. A telenovela “El Caminhante” aborda a questão da imigração ilegal na América Latina. Nela, o actor moçambicano interpreta o papel de um emigrante ilegal cubano que trabalha numa casa nocturna em São Paulo que alberga e ajuda imigrantes ilegais. Como resultado da sua actividade, o actor é preso e, por consequência, acaba se submetendo a uma vida miserável.O actor moçambicano participa nesta novela depois de ter sido seleccionado num teste aquando da participação do seu grupo, pela segunda vez consecutiva, no Festival Internacional de Teatro denominado “Circuito de Teatro em Português”, que decorreu de 7 a 22 de Setembro nos estados brasileiros de São Paulo e Bahia.Dias Santana disse que uma simples participação no casting já significava uma grande oportunidade para ele, porém, foi o teste mais complexo que teve que fazer na sua carreira como actor.“Tive que representar, dançar, cantar e desfilar para provar o meu talento ao júri. Mas o que mais me interessava era sair de cabeça erguida e representar condignamente o meu país”, conta o actor.Dias Santana, disse não fazer ideia de quantos actores participaram na selecção, recordando-se apenas que envergava a faixa com o número três mil e catorze e que foi o único africano a ser escolhido.O actor afirma que a sua participação constituiu um momento para aquisição de experiência, uma vez que trabalhou com actores mexicanos e brasileiros de renome, com os quais aprendeu muito e teve a oportunidade de divulgar o talento e o nome de Moçambique para lá das nossas fronteiras. Concluídas as gravações de “El Caminhante”, a telenovela será exibida no Brasil e no México, o que para Santana, constitui motivo de orgulho e tristeza. Orgulho porque o seu trabalho poderá ser visto, discutido e apreciado no estrangeiro. E tristeza, pois nem todos os moçambicanos poderão ter o privilégio de ver a sua actuação.Antes de participar neste seriado mexicano, o actor moçambicano esteve durante o mês de Novembro no Estado brasileiro de Salvador, na Bahia, no festival “A Cena Tá Preta”, cujo objectivo é incentivar e divulgar a arte feita por negros e/ou com temática negra.Dias Santana foi convidado a discursar neste evento e também no dia 20 de Novembro, “Dia da Consciência Negra”, tendo falado do impacto e feitos dos artistas nacionais e africanos no geral para a mudança da mentalidade.Igualmente aproveitou o momento para falar do seu grupo teatral Lareira, que, repetidas vezes, esteve no Brasil a participar em festivais internacionais de teatro.O grupo Lareira é composto por dois elementos, nomeadamente Dias Santana e Sérgio Mabombo, e notabilizou-se no mundo das artes cénicas com a peça “A Cavaqueira do Poste”, que retrata a crise financeira mundial sob o ponto de vista de dois mendigos portadores de deficiência física e mais recentemente por “Cinzas Sobre as Mãos”, que aborda a tragédia contemporânea das guerras que abalam o mundo.O actor de “El Caminhante” disse  que, apesar de todas as contrariedades, que passam pela falta de apoio às artes cénicas por parte das instituições de direito, entre outras, o ano 2012 foi positivo. Como exemplo, cita o facto de ao fim de dois anos de sua criação, o grupo “Lareira Artes” ter conseguido estar presente, em nome de Moçambique, em três continentes (África, Europa e América) a participar em festivais internacionais de teatro. Curiosamente, nesses três continentes, o seu grupo cruzou países de expressão portuguesa: Angola, Portugal e Brasil.Santana destaca, por outro lado, quatro ganhos principais, designadamente a distinção de “grupo de maior impacto” no festival “Periferias”, em Sintra, Portugal”. Segundo, a participação na Telenovela “El Caminhante”. Terceiro, o facto de ele a título individual ter levado dois grupos de dança contemporânea moçambicanos, nomeadamente, “CIA Independente” e “ “Grupo Horácio Macuacua” ao festival “A Cena Tá Preta”.Por último, a oportunidade de ter tipo mais participações no estrangeiro do que em Moçambique, o que permitiu fazer maior divulgação da cultura do seu país no estrangeiro.  Para o presente ano, o “Lareira Artes” tem em manga uma nova peça ainda em fase de ensaios e acabamentos. O grupo pretende ainda alargar ainda mais o intercâmbio com actores da diáspora, e não descarta a possibilidade de convidar grupos estrangeiros para conhecerem Moçambique.Dia Santana serviu-se para lamentar o facto de não terem feito um único espectáculo no seu próprio país por falta financiamento aos grupos para terem acesso as casas de teatro e a escassez de festivais de teatro a nível a nível nacional.(V.SAQUENE)

Um comentário:

  1. muchos parabens por esse trabajo que tiene varias colaboraciones del mundo, Javi-mexico

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